Métodos da mancha. Método do borrão.

13 Dezembro 2016, 16:00 Américo Luís Enes Marcelino

Métodos manchas: processos de construção gráfica a partir da mancha enquanto elemento estrutural dominante. Modalidades e aparência das manchas: riscadas, esbatidas e diluídas; marcação húmida, seca e mista: aguadas, lavis, wash, blob, blloting; malhas gráficas, traço/ponto, hatching e cross-hatching; riscar, pintar, friccionar, diluir, esfregar, raspar, traçar. Apreensão da forma através de peso, das massas em complementaridade com a energia do gesto ou da modelação (cfr. Kimon Nicolaïdes). Relação com o método da gestualidade exploratória e do fluxo da forma. Análise de exemplos: manchas riscadas em A. Giacomettti; manchas secas e esbatidas em George Seurat; o acaso controlado em Marlene Dumas; exemplos de François Henri Galland.

Exercícios direccionados: 2 desenhos de peso/modelação para cada uma das 3 modalidades de mancha (riscada, esbatida e diluída).

A mancha diluída e o método do borrão. O elemento do acaso e do acidental como estímulo à invenção. O princípio gráfico da indeterminação (cf. Philip Rawson): ambiguidade; marcas vagas; imponderável; indefinido; inacabado; forma/figura em aberto. O princípio da projecção (cf. H. Gombrich: Arte e Ilusão): das manchas de Leonardo às de Rorchach. O elemento do acaso incorporado na técnica de desenho (exemplos da pintura oriental: vazio, invenção e energia em desenhos orientais a tinta da china; relação linha/mancha em Reambrandt; desenhos de paisagistas séc. XVII (Claude Lorain).

O método do borrão em Alexander Cozens. Análise de exemplos do seu tratado A New Method of Assisting the Invention in Drawing Original Compositions of Landscape, c.1785. Outros exemplos: as aguarelas de William Turner; as manchas aguadas de Victor Hugo; sistemas modernos do borrão: expressionismo abstracto (Jackson Pollock); informalismo (Henri Michaux).

Exercícios direccionados de invenção de novas formas/figuras a partir do exemplo do método do borrão de Cozens (4 a 8 desenhos)